As autoridades chinesas reagiram com visível mau humor e indignação diplomática às mais recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos, classificando-as como uma ofensa direta. Em Pequim, esse tipo de provocação não passa em branco, e exige uma resposta. “Se os Estados Unidos querem guerra — tarifária, comercial ou de qualquer outra natureza — estamos prontos para ir até o fim”, afirmou um representante do Ministério das Relações Exteriores chinês, num tom que dispensou emojis, mas não deixou dúvidas.

Apesar de o desfecho dessa disputa ainda ser um mistério digno de novela geopolítica, o que já está claro é que o clima vai esquentar.

A China não pensou duas vezes e devolveu na mesma moeda. As contramedidas anunciadas por Pequim impactaram os mercados globais, segundo a Bloomberg, e levantaram suspeitas de que essa guerra comercial não vai acabar tão cedo — nem tão barato.

E como não podia faltar, Donald Trump jogou mais lenha na fogueira: afirmou que não pensa em baixar tarifas enquanto a China não eliminar o seu déficit comercial com os EUA. Pequim, naturalmente, considerou a exigência um tanto quanto delirante.

Em meio a isso tudo, o presidente Xi Jinping puxou o freio de mão da diplomacia e pisou no acelerador da economia doméstica. Chamou uma mobilização interna, pediu mais consumo e eficiência nos investimentos — ou seja, quer colocar a casa em ordem antes que o vendaval piore.

Diálogo entre os dois líderes? Por ora, nem pensar. Segundo Wu Xinbo, diretor do Centro de Estudos Americanos da Universidade Fudan, qualquer tentativa de conversa está fora de cogitação. Com uma metáfora digna de quadrinho, ele resumiu: “Você me deu um tapa na cara. Não espere que eu ligue para pedir desculpas.”

A Bloomberg ainda lembrou que Trump não conversa com Xi Jinping desde que reassumiu a Casa Branca — o que já configura o maior “vácuo” diplomático entre os dois em mais de vinte anos após uma posse presidencial.

Ah, e para não dizer que a China ficou só nas palavras: o porta-voz Lin Jian classificou as tarifas americanas como bullying puro, disfarçado de protecionismo patriótico. Segundo ele, os EUA romperam as regras do comércio justo e ainda querem sair como heróis.